M.I.R. (Anônima)

(enviada em 04-05-2012)

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Praticamente nascemos dentro da igreja. Os familiares paternos e maternos era todos da mesma crença. A família da mãe era maravilhosa e muito à frente do seu tempo. Meu pai praticava assédio moral contra mim desde criança. Morávamos perto da igreja e cidade pequena, colônia , gente ignorante , passei a acreditar nesse pai severo ditador e opressor. Meus irmãos mais velhos são trogloditas psicopatas, matam animais. eu brigada muito desde criança com eles, mas a culpa era sempre minha, claro!! Quis fugir deles na adolescência mas tive uma irmã que caiu da escada com dois anos e meio e ficou com grave epilepsia. Não pude abandonar minha mãe. A família do pai é racista a igreja onde íamos era formada de pessoas brancas. Quebrei tradições casei com brasileiro, os machos da minha casa nunca aceitaram. As mulheres da minha geração da turma do colégio, todas separaram, eu também separei, criei minha filhas sozinha, meu pai sempre favoreceu meus irmãos com bens materiais. Não permitia que usasse biquíni, saia curta e ai eu me vingava fazendo tudo o que ele proibia. Nunca nos protegeu ou se preocupou se faltava alimento, minha mãe ajudava e hoje sei que meu pai não poderia descobrir. Em 93 ela faleceu de câncer no estômago, e prometi que cuidaria da "L". Fui morar com meu pai, o pior erro da mina vida, cuidei dele com toda dedicação, a "L" não tinha autonomia, banho, higiene. Não vivi , Foi então que apareceram parentes do pai que nem conhecia, de longe, meu pai humilhava a gente ( minhas filhas ) e a mim, eu aguentei quinze anos calada, adoeci. Minhas filhas foram maltratadas também. Minha irmã faleceu no ano passado e eu estou doente, sem esperança. A igreja me hostilizava e humilhava, meu pai nunca permitiu a defesa, chegou o dia que explodi. Abandonei a igreja. Ele berrava comigo, me comparava com mulheres que ele odiava. Bom é isto, vou conseguir ter coragem para tudo isto.

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