segunda-feira, 28 de março de 2011

N.G.R.D. (anônima), 34 anos, publicitária e professora



(enviada em 16-07-2011)


Tentei resumir, mas você sabe que é difícil.... são 18 anos.

Tentei abordar esse tema porque tenho muitas amigas na igreja que ainda sofrem o mesmo mal e não falam nem fazem nada. E ainda fui humilhada quando tomei a decisão de separar, todo mundo dizia que eu devia ficar com ele, orar e esperar mudança...Ele nunca mudou só piorou com o tempo, por fim já maltratava os filhos e até tentar matar nosso cachorro tentou. Louco de pedra. Na igreja todo mundo me olha torto, como se eu é que estivesse errada.


Ele disse um dia: em primeiro lugar está meu ministério.
Senti-me traída, a mais traída das mulheres. Posso até “competir” com outra mulher, outros lábios, outro corpo, outros abraços, outros beijos e ganhar (ou perder) a batalha. Mas com o “ministério” é demais pra mim. Foi pior que vê-lo na cama com outra.

Claro que se ele dissesse "Deus está em primeiro lugar na minha vida" eu aplaudiria e ficaria feliz, mas ministério não é Deus, e esse é o problema de muitos líderes, que confundem trabalho, atividade, serviço, com relacionamento com Deus. Lastimável!

Aos poucos, ele foi demonstrando essa preferência. Eu não estava mais na sua listinha de prioridades, nem eu, nem os filhos. Somente o ministério importava, por ele daria a vida, era algo quase insano, doentio. “Que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua família?”
De forma progressiva, suas atitudes foram se tornando agressivas e incoerentes, pois como alguém que viajava pelo mundo falando do amor de Deus não conseguia de fato amar sua própria família? Primeiramente, vieram agressões verbais, depois as físicas, a mim e aos filhos. Nada que questionasse ou desvalidasse seu ministério poderia ser refutado ou contrariado. Ele reagiria com unhas e dentes. A família não importava mais, somente seu belo e frutífero ministério.

E assim segui… fingindo por 18 anos para todos e pra mim mesma que tudo isso era normal, e que para não envergonhar o ministério (dele), eu deveria aceitar calada a situação. Ele maltratava a mim e aos filhos, fisicamente, pressão psicológica e tudo mais que imaginarem, até estupro aconteceu várias vezes, pois como sentir desejo por um homem assim, então ele fazia na marra. Me afastou da família, dos amigos, me levando pra morar em lugares longe de tudo, mudei muito nesses anos, moramos em vários lugares, não criava raízes em nada. Me explorava usando o meu dinheiro que eu ganhava com muito sacrifício. Eu não aguentava mais, até de morte me ameaçou.

Ah! Mas como Deus me ama… Me ama tanto que foi ele mesmo que disse: “Filha: chega disso!”
Foi então que liberei o tão dedicado pastor e missionário de seu jugo de ter uma família. Agora ele deve estar feliz sozinho “servindo ao Senhor”.

Seguimos eu e meus filhos rumo ao centro da vontade de Deus, que é perfeita e agradável. Um Deus que ama e que não deixa seus filhos sofrerem além do que podem suportar.
Sim, eu fui traída. Sim, ele cometeu adultério. Adulterou com o próprio ministério, em nome de Deus, destruindo a própria família. Eu nunca vou entender…
Querida amiga que pensa que ficar com um homem assim é ser submissa e agradar a Deus, cai fora dessa!!! Deus é Deus de amor e graça.
Ele não pede isso de nós. Ele nos fez pra sermos amadas e cuidadas e não maltratadas, muito menos em nome DELE. Não deixem esses falsos cristãos subjugarem vocês. Deus é amor.

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