segunda-feira, 2 de abril de 2012

L.P.S., 34 anos, publicitária e professora



(enviada em 06-07-2011)


Minha história não é tão diferente de tantas outras mulheres, pode postar...

Com 21 anos conheci um cara chamado Cé, ele era realmente muito dinâmico, comunicativo, brincalhão e gostava de quase tudo que eu gostava. Achei-o muito legal e  começamos a namorar. Depois de dois anos namorando, ele lá na casa dele e eu cá na minha, resolvemos nos juntar, ele era filho único, mãe solteira e a mãe tinha falecido. Eu vivia desde meus 15 anos fora de casa, mas ainda não totalmente independente financeiramente.  Depois que eu terminei o mestrado, mudei-me de estado, e em conversa com ele disse: _ A proposta salarial é ótima, eu vou.


Três meses depois lá estava ele, na minha casa em outro estado, sem emprego e sem dinheiro. Conversamos e ele arrumou emprego muito rapidamente. Mas ao contrário do que todos (as) pensavam, ele não colaborava com absolutamente nada financeiramente falando dentro de casa, NADA. Eu pagava o aluguel, a empregada, o meu carro, emprestei $ para ele pagar o restante do carro dele, água, comida e ainda dava de presentes roupas para ele. Tudo em nome do ‘amor’ durante mais dois anos e meio.


Quando eu tive depressão e voltei para SP, ele voltou também, mas aí vivíamos com o salário dele e uma ajuda vinda da minha família. Quando voltamos: eu paguei com meu seguro desemprego toda a reforma do apartamento dele, pois o apartamento que eu vivia minha mãe vendeu, pois era dela e emprestado a mim. Paguei a reforma, mobiliei a casa, comprei fogão, geladeira, vendi meu carro, comprei um mais velho, comprei um material e um PC para eu poder trabalhar em casa se fosse o caso, e fiquei sem nada ... Todo meu dinheiro de seguro desemprego foi embora em menos de um ano, pois precisávamos.
Mas eu achava que nossa relação já não tinha mais ‘gosto’ desde antes da mudança, ele não brigava comigo, mas também não fazia nada, não estudava, não crescia, não ajudava ... NADA.


Entrei em depressão novamente após um ano e meio aproximadamente. Um mês sem ter coragem de fazer nada, sem contato com ninguém ... Resultado: casa imunda [pois era somente que quem limpava], roupas sujas e sem lavar, banheiro podre, cozinhar? ... Pão serve para isso. Dei-me conta que não basta estar ao lado, tem que participar. Conversei, tentei, ele respondia: você não está legal, você está nervosa, depois nós conversaremos, depois nós falaremos sobre isso, sempre depois. Então as coisas começaram a apertar, ele não pagava aluguel, ganhava pouco e nunca, nunca tinha dinheiro para absolutamente nada. Quando a coisa ficou feia ele veio e despejou: VAMOS VENDER SEU CARRO. Opa! Espera aí? Nesses 4 anos de convivência, três anos e meio você não gastou UM CENTAVO na casa, no carro, em nada. E agora quer vender o MEU CARRO para saldar as SUAS dívidas? Aonde você enfiou todos esses anos de salário sem me ajudar?


Resultado: após conversas on line com amigos e amigas psicólogas e psiquiatras eu sai de casa. Mas saí no prejuízo, ele ficou com absolutamente quase tudo que tínhamos, pois ele não achava justo eu o deixar assim.


Depois de um bom tempo sem sair com alguém pensando em algo sério, mesmo assim tinha saído somente com uma pessoa depois disso, eu conheci Jr.


Simpático, bonito, parecia ter vontade de crescer, uma força interior que só ele possuía, e então imaginei, uma pessoa forte, capaz. Em dois meses começaram as brigas, ele dizia que o motivo eram ciúmes, os meus, é claro. Mas era sempre assim a história, ele ficava conversando e dando em cima de muitas mulheres na NET, absolutamente todas que pudesse dar em cima ele o fazia. Mas quando elas escreviam algo comprometedor, ele desculpava-se e dizia: vadias! Mentirosas! Essas mulheres estão com ciúmes de você. Querem acabar com o que temos.


Eu então comecei a fingir que não me importava mais com isso. Só tendeu a piorar, pois então ele começou a achar que eu não gostava mais dele, que estava me encontrando com outros homens e assim foi meu primeiro caso de agressão física, em uma discussão sobre isso, ele me ofendeu e me empurrou contra minhas coisas. O ciúmes dele começava a ficar doentio. Eu não imaginava que isso partiria dele, mas foram idas e vindas, ‘eu te amo’, ‘me desculpe’, ‘não farei novamente’ ... Eu perdoava, pois sabia que isso era fundo de algum desequilíbrio psiquiátrico, bipolar ou borderline. Desculpei-me várias vezes, tudo era motivo de brigas, tapas e discussões, até a cor de esmaltes que eu usava se tornou motivo para agredir-me, pois ele dizia que “eu queria chamar atenção que nem biscate, piranha de rua, para ‘foder’ com tudo que era ‘macho’ que tivesse ‘pau grande’, que “eu queria ‘foder’ com tudo que era macho que aparecesse na minha frente”.
...
Três meses e a coisa foi piorando, até eu ficar com o corpo todo marcado de roxo, devido as agressões físicas dele, ele não marcou meu rosto, me fez vestir roupas compridas e dizia que se alguém soubesse eu iria ficar muito pior. Ameaçava a mim, minha família, meus irmão, meus animais, dizia que soubesse que eu estava traindo ele [pois ele dizia que eu estava, mesmo eu não estando] ele me espancaria até eu morrer. Me chamava de puta, biscate, cadela, ‘bucetuda’, sem vergonha, piranha, chegou a me chamar de velha podre e fedida [coisa que realmente não sou] e todos os ‘elogios’ possíveis. Disse ainda que tinha nojo de mim. Mataria enforcada, com um tiro na cabeça e assim foi, até eu mandar a polícia em casa.


Saí, mas não fugi, fiquei duas semanas na casa de amigas em outra cidade. Voltei e reiniciei minha vida com um processo contra ele, um pedido de afastamento a qual ele jurava que conseguiria me matar da mesma forma. E assim segui.

Voltei a trabalhar ... Um ano depois, eu resolvi que estava segura de me relacionar novamente, foi quando conheci Adri.


Conheci uma pessoa que dizia-se saído de um relacionamento falido, com uma filha que requeria atenção, as quais ele não poderia nunca mais voltar. Compartilhamos dores, aflições de relações infundadas e conversávamos por horas. Durante todo o tempo, ele dizia que queria um relacionamento honesto, uma mulher que não tivesse vergonha de ser como é, uma pessoa que gostasse de viajar, andar a cavalo, passear, etc e tal. Pessoa que trabalhasse, não dependesse de homem, que pudessem unir forças e serem companheiros.
Durou  1 mês e meio sem brigas. Ele era borderline. Quem eu conheci era a personalidade com medicamentos. Quando ele parou de tomá-los eu conheci o verdadeiro distúrbio borderline: transtorno de personalidade [cada hora do dia eu tinha um personagem comigo], tendência futilidade, egocentrismo, gasta mais do que tem, teimoso ao extremo, não pode dizer não para uma pessoas assim [pois se não ela entra em crise existencial], narcisista, infantil, viciado em jogos, viciado em pornografia, mania [ânsia de viver e sair/viajar, fazer tudo que der na cabeça] e depressão, dentre tantas outras características que aqui podem ser citadas.


Comecei a ser ofendida, não podia engordar uma grama: virei ‘gorda’, ‘feia’, ‘nenhum homem vai te querer’, ‘velha’, ‘anti-social’, ‘afinal você não é nenhuma miss Brasil’, ‘louca’, ‘desequilibrada’, etc ... Tudo isso, porque eu não me vestia ‘fashion como a Lady Gaga’, não escutava músicas da moda, trabalhava demais e não tinha dinheiro para ficar gastando com as festas que ele queria dar, não bebia igual uma doida e não topava fazer sexo grupal com ele e as ‘amigas’ dele. Eis que, depois de muita insistência e muitas mulheres se oferecendo ao mesmo [para orgias, encontros a três, sexo casual, etc.] e ele dizendo com todas as letras que para ficar comigo EU TINHA QUE ACEITÁ-LO COMO ELE ERA [vadio, vagabundo e promíscuo], eu desisti.


Hoje estou com PP, depois de quase um ano de relacionamento eu realmente tenho uma pessoa que tem defeitos, assume-os, é teimoso, mas é a pessoa mais gentil, educada e honesta que eu conheço. Tem vontade de crescer, trabalha, gosta de ler e estudar. Me ajuda horrores em casa, me apóia, e gosta da minha personalidade. Espero que assim fique, pois minha experiência que ficou foi: depois de dois ou três meses geralmente a máscara cai, e eles não mudam, nunca vão mudar. Força meninas e mulheres, pois realmente não vale a mínima pena se denegrir por tais ‘homens’. Aprendam a se amar e se valorizar como vocês realmente são, lutem. Sei que é realmente complicado termos forças em muitos momentos, ainda mais quando temos dependência psíquica e financeira, mas todo esforço é válido para sairmos desse holocausto feminino!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, seja bem vinda ESCREVA e faça valer a sua opinião.